Oficiais de turismo da Flórida estão dizendo que as regras de visto dos Estados Unidos estão custando caro para o Estado. Um estudo mostrou que a inclusão do Brasil no programa de isenção de vistos poderia representar $5,57 bilhões de dólares em receitas adicionais derivadas do turismo entre 2015 e 2019.
Segundo o estudo da organização privada americana, Partnership for a New American Economy, divulgado no dia 15 de dezembro, a inclusão de mais seis países à já existente lista de 38 países que participam do programa Visa Waiver traria um adicional de $7.65 bilhões de dólares à indústria nos próximos cinco anos. Os outros países que, como o Brasil, ainda não são membros do programa que permite a entrada nos EUA apenas com o passaporte, sem o a necessidade de visto, são África do Sul, Hong Kong, Polônia, Israel e Turquia.
“O Brasil, com uma população de 200 milhões e uma taxa de crescimento do PIB per capita relativamente alta, tem possibilidades de se transformar na maior fonte de crescimento em turismo internacional desses países no período 2015-2019”, destaca um trecho do relatório.
Miami, cidade alimentada pela visita de milhões de brasileiros anualmente, aplaudiu o estudo. “O Brasil ama Miami”, disse William Talbert, presidente e CEO do Greater Miami Convention and Visitors Bureau, à reportagem do “WLRN”. “As pessoas vêm para cá para férias, para abrir empresas e para comprar imóveis. Dentro de um ano da inclusão do Brasil no programa, o número de brasileiros vindo a Miami poderia quase dobrar”.
A Partnership for a New American Economy ressaltou que, quando um país entra no programa de isenção de vistos, o número de seus cidadãos que decidem visitar os Estados Unidos nos anos seguintes aumenta notavelmente. Os Estados Unidos poderiam acolher em cinco anos um total a 19,7 milhões de turistas procedentes deste conjunto de seis países, um aumento significativo em comparação com as projeções que o relatório faz caso não seja aprovada sua participação.
Aumento de brasileiros
Apenas os visitantes brasileiros representariam 14,3 milhões do total, 1,2 milhão a mais que os que viajariam aos EUA em um cenário sem a isenção de vistos. Além disso, o estudo estima que a participação do Brasil no programa Visa Waiver criaria 36.766 postos de trabalho adicionais no setor turístico, de um total de 50.526.Chile
Desde março de 2014, os chilenos passaram a usufruir do benefício da isenção de visto para os EUA. Esse é o único país latino americano atualmente no programa. O Brasil, no entanto, ainda não preenche todos os requisitos de acordo com as regras atuais, que exige uma taxa de rejeição de vistos abaixo dos 3%. O cálculo é feito anualmente com o término do ano fiscal, nos primeiros dias de outubro, mas só é divulgado meses mais tarde. Além disso, é necessário que o país candidato dê passos relacionados ao compartilhamento de informações de segurança.Projeto de lei
Existe uma proposta de lei que tramita no Senado americano que poderia mudar as regras atuais. De acordo com o projeto de lei Jolt Act, o índice de rejeição de vistos para a inclusão no programa seria de 10% em vez de 3%. Com informações da “Reuters”.