Um estudo do Instituto Brookigs mostra que o número de imigrantes com alta qualificação já ultrapassou, nos Estados Unidos, o de imigrantes pouco qualificados. O estudo salienta que esta mudança estrutural pode vir a ser motivo de debate sobre a reforma migratória neste país.
A análise, com base no Censo dos Estados Unidos, revela que 30% dos imigrantes nas cem maiores áreas metropolitanas do país têm, pelo menos, curso superior contra 28% dos que não completaram o ensino médio.
Em 1980, havia 19% de imigrantes, entre os 25 e os 64 anos, com cursos superiores e 40% sem ensino médio concluído. O número dos que têm alguma qualificação, mas não terminaram a faculdade, manteve-se em pouco mais de 40%.
Diferenças
O estudo dá mais argumentos aos que pressionam o Governo para realizar uma reforma migratória.
Boa parte da oposição concentra os ataques na percepção que os trabalhadores estrangeiros são pouco qualificados e ocupam empregos mal remunerados. O presidente Barack Obama prometeu, no primeiro ano de mandato, fazer uma reforma que crie um caminho para a regularização de imigrantes ilegais, mas as tentativas não passaram no Congresso.
Hoje, um em cada seis trabalhadores nos Estados Unidos nasceu fora do país. Comparados aos norte-americanos com educação idêntica, os imigrantes não qualificados têm taxas menores de desemprego, mas ganham menos.
Ao mesmo tempo, cerca de metade dos imigrantes com curso superior nos Estados Unidos trabalha em empregos para os quais são considerados demasiado qualificados. “Entender como as habilidades dos imigrantes influenciam o sucesso de economias locais é essencial para criar políticas mais eficazes e estratégias econômicas”, disse Audrey Singer, um dos autores do estudo.
“Estamos no meio a uma transformação demográfica histórica, que ocorre primeiramente nas regiões metropolitanas, e isso afeta a composição da nossa mão-de-obra”, afirmou. O Brookings sugere a criação de uma comissão governamental que elabore políticas que ajudem os imigrantes.
