O ataque a uma mesquita em Quebec, no Canadá, no domingo, 29, que deiou ao menos 8 feridos em estado grave e 6 mortos, continua sendo investigado pelas autoridades do país. Classificada como terrorista, a ação aconteceu horas depois de o premiê canadense, Justin Trudeau, anunciar que o país vai receber refugiados rejeitados pelos EUA.
“Condenamos esse ataque terrorista contra muçulmanos em um centro de culto e refúgio”, disse o primeiro-ministro do Canadá”. “Muçulmanos canadenses são uma parte importante da nossa nação, e esses atos sem sentido não têm lugar nas nossas comunidades, cidades e país”, afirmou momentos depois da tragédia.
Nesta segunda-feira, 30, o estudante universitário Alexandre Bissonnette foi identificado e acusado formalmente de ser autor dos disparos no centro ilsâmico. Ele foi detido logo após o tiroteio. Um outro suspeito chegou a ser detido, mas a polícia acabou não reunindo provas contra ele. Contudo, as autoridades seguem investigando a participação de um segundo criminoso no ataque.
Segundo o porta-voz da polícia local, Christine Coulombe, as vítimas fatais têm entre 35 e 70 anos. Bissonnette foi acusado formalmente em seis casos de assassinato, além de outros cinco por tentativa de assassinato.
A mesquita em Quebec já havia sido alvo de um ataque de ódio: uma cabeça de porco foi deixada diante da porta do templo durante o Ramadã, em junho do ano passado. Outras mesquitas do Canadá foram alvos de frases racistas nos últimos meses.
O motivo do ataque que fez vítimas fatais ainda não está claro, mas a principal suspeita é de retaliação ao posicionamento do governo sobre a situação dos refugiados oriundos de países islâmicos.
Nesta segunda-feira, 30, Alexandre - que estudava Ciência Política na Universidade Laval, ao lado da mesquita - fez uma rápida aparição no tribunal diante de um juiz. Vestido de macacão branco, o acusado não se defendeu sobre a acusação. Uma nova audiência está marcada para o dia 21 de fevereiro.
“Para aqueles que fogem de perseguições, terrorismo e guerra, os canadenses vão recebê-los, independentemente da sua fé. A diversidade é a nossa força #BemVindosaoCanadá”, escreveu o primeiro-ministro no Twitter após os decretos de Donald Trump restringindo o acesso de imigrantes e refugiados oriundos de 7 países de maioria muçulmana.
Governador da província de Quebec, Philippe Couillard usou o Twitter para clasificar a tragedia como um ataque “bárbaro”. "Estamos unidos contra a violência. Solidariedade com os quebequenses de confissão muçulmana", disse.
Com informações da AFP.