Um imigrante cubano preso durante 26 anos por alegadamente ter cometido diversas violações no estado da Flórida, nos anos 70, processou as autoridades de Miami, a quem acusa de falsificação de gravações e de outras ilegalidades.
"Eles [as autoridades] retiraram-lhe qualquer possibilidade de ter uma família, uma carreira e de ser feliz", afirmou Marvin Kurzban, advogado de Luis Diaz Martinez, para quem importa agora "corrigir esse erro".
O imigrante, de 69 anos, saiu de Cuba em 1966 e cumpria uma pena de prisão perpétua quando advogados da organização Innocence Project (Projecto Inocência) pegaram no seu caso.
Diaz Martinez - que viria a ser libertado em março de 2005, após testes de DNA excluírem a sua culpa em duas violações e levantarem dúvidas sobre cinco outras - afirmou que manteve sempre consciência da sua inocência.
As acusações iniciais de violação tiveram por base o fato de Diaz Martinez ter sido identificado por oito vítimas diferentes, apesar de algumas delas terem começado a descrever o violador como um hispânico muito mais alto e robusto e falante de inglês, o que não correspondia ao cubado detido.
O violador procurado atacava jovens mulheres quando estavam conduzindo, forçando-as a ter relações sexuais sob a ameaça de uma arma.
Luis Diaz Martinez foi detido quando uma das vítimas deu a matrícula do seu veículo à polícia, indicando-o como o atacante.
De acordo com Barry Scheck, director-executivo do Innocence Project, nos Estados Unidos, três quartos dos 160 prisioneiros que foram liberados após testes de DNA haviam sido acusados com base em erros de identificação.