Grafite deve anunciar nesta terça-feira exatamente aquilo que o torcedor são-paulino mais temia: sua transferência para o Le Mans, da França, por 4 milhões de euros (R$ 11 milhões). O São Paulo vai ficar com metade do dinheiro, pois 50% dos direitos pertencem ao próprio jogador.
Essa é mais uma perda que o São Paulo sofre após a conquista do tricampeonato mundial, já que Christian e Amoroso haviam deixado o clube no início do ano. Muricy Ramalho, assim, vai ficando sem peças para um dos setores com mais opções do time, o ataque. Restam, agora, apenas Aloísio, Thiago Ribeiro, além de Roger e Davi, que não vêm agradando.
Nem o esforço dos dirigentes foi suficiente para mantê-lo no Morumbi. A contraproposta feita pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa não seduziu Grafite e, principalmente, o empresário Gustavo Feijó: R$ 1 milhão por mais 25% dos direitos do atleta – já conta com 50% – e um aumento salarial de 100%, saltando para cerca de R$ 120 mil mensais seus vencimentos para para renovar por mais dois anos.
O empresário do camisa 9 aceita renovar apenas por mais seis meses, além, é claro, de um bom aumento salarial. “Acho que eles estão brincando com a minha cara. Como vamos renovar por dois anos se o jogador tem condições de ir hoje, pagando o valor da multa rescisória (US$ 3 milhões) e podendo retornar ao Brasil daqui a dois anos com um caminhão de dinheiro? Se eles não aceitam seis meses, não tem negócio”, desafiou Feijó, que aguardará uma resposta definitiva até o meio-dia desta terça-feira.
A pressa de Gustavo Feijó tem explicação: a janela para transferências no mercado europeu se fecha no início da próxima semana. O procurador repetiu a quem quisesse ouvir que há só uma chance de que seu cliente fique no São Paulo: a diretoria aceitar os seis meses de renovação.
No início da tarde desta segunda-feira, Marcelo Portugal Gouvêa acreditava que venceria essa queda-de-braço. Além de ter feito oferta tentadora, o presidente do São Paulo depositava suas fichas em um bom argumento: o sonho do jogador de retornar à seleção brasileira. Disse que “Grafite precisa analisar que, se quiser ter possibilidade de ir para a seleção, tem de ficar no Brasil.”
Além de embolsar mais de R$ 5 milhões só com a transferência, Grafite vai faturar, por mês, quase cinco vezes mais (cerca de R$ 300 mil) do que recebe no São Paulo, em um contrato com duração de três anos. “Já tenho quase 27 anos e toda uma família por trás de mim. Isso pesa demais”, observou Grafite.
