O governo dos Estados Unidos cancelou em caráter definitivo o vôo fretado com 148 brasileiros deportados que chegariam na semana passada ao Brasil.
O avião fretado pelos americanos, com brasileiros detidos ao tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos, sairia do Texas na quarta-feira passada. Não decolou por falta de acordo entre o governo federal e o governo de Minas Gerais, que se recusou a receber o vôo.
Diante do impasse, o Departamento de Segurança Interna dos EUA, segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, decidiu mandar os brasileiros deportados em vôos comerciais, em grupos de até 60 pessoas.
Os aviões pousarão em aeroportos internacionais --Rio e São Paulo são os destinos mais prováveis. Como há prazo para cumprimento das ordens de deportação, os brasileiros devem começar a deixar os EUA em até 30 dias.
Dos 148 brasileiros que iriam no vôo fretado, 66 são mineiros. O governo de Minas Gerais alegou que a União não divide os custos do recebimento do vôo, para o qual são mobilizados policiais, agentes de saúde e de assistência social.
Chegadas
Preocupado com a imagem de que só Minas Gerais "exporta" imigrantes ilegais, o governador do Estado, Aécio Neves (PSDB), sugere um rodízio entre os Estados na chegada dos vôos. "Minas foi o único Estado que recebeu deportados. Recebemos três vôos [de 2004 a 2005], encaminhamos todos a sua cidade de origem, inclusive os de outros Estados", disse Aécio.
O deputado federal João Magno (PT-MG), da comissão de emigração ilegal da Câmara, afirmou que o prejuízo da demora na deportação é dos brasileiros presos. Ele disse concordar com a idéia do rodízio entre os Estados para receber os deportados.
Entre 1º de outubro de 2004 e o último 30 de setembro, foram 31.070 brasileiros emigrantes ilegais detidos na fronteira EUA-México, contra 21.404 de 1999 a 2004.
