O presidente de Cuba, Fidel Castro, afirmou nesta quarta-feira que o objetivo do governo americano "é proteger" o dissidente cubano Luis Posada Carriles, detido ontem em Miami.
Segundo Castro, o governo dos EUA "esteve improvisando constantemente" na questão de Posada Carriles, de tal modo que "a situação já era insustentável e teve que fazer algo com o indivíduo".
O presidente cubano destacou que 35 dias se passaram desde que Cuba fez a denúncia da presença de Posadas em Miami. "Quem eles acham que acreditará que não sabiam de nada e que ontem o descobriram em uma casa? Quem eles vão fazer acreditar nesta farsa?", perguntou.
"É evidente que o objetivo do governo dos EUA é proteger Posada Carriles e toda a concepção do que devem fazer está baseada na idéia de continuar protegendo-o, apesar da confusão em que estão metidos, e evitar que seja submetido à Justiça e seja punido", declarou.
Julgamento na Venezuela
Castro, de 78 anos, reiterou a renúncia de seu país a um julgamento de Carriles e ratificou que a Venezuela, que pediu oficialmente sua extradição aos EUA, é o país mais indicado para fazer isso.
Cuba acusa o dissidente do atentado contra um avião cubano em 1976 quando esse ia de Caracas a Havana. No ataque, 73 pessoas morreram. Havana também acusa Posadas de várias explosões em hotéis de Cuba em 1997 - nas quais morreu um empresário italiano - e de um atentado contra Castro na Cúpula Ibero-Americana de 2000 no Panamá.
