Vivendo em alerta para ameaças terroristas desde os atentados de 11 de setembro de 2001, os EUA estão de olho em extremistas defensores dos direitos dos animais e em ecoterroristas, que usam métodos violentos em suas campanhas. Segundo autoridades, esses ativistas representam atualmente um dos mais sérios risco de terrorismo ao país, informou a rede CNN em seu site nesta quinta-feira.
Altos funcionários do FBI (polícia federal americana) e da Agência para Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês) informaram um comitê do Senado sobre suas preocupações a respeito das atividades desses grupos. Dois grupos em particular estão no topo da lista: a Frente de Libertação Animal (ALF, em inglês) e a Frente de Libertação da Terra (ELF).
O vice-diretor assistente para Contraterrorismo do FBI, John Lewis, disse que extremistas defensores dos direitos dos animais e do meio ambiente assumiram a responsabilidade por mais de 1.200 atos criminosos desde 1990. Agentes do FBI investigam ainda 150 incidentes relacionados a defensores dos direitos dos animais e aos chamados ecoterroristas. Já funcionários da ATF abriram 58 investigações nos últimos seis anos sobre atos violentos ligados à ALF e à ELF. Segundo Lewis, no mesmo período, as autoridades registraram um declínio em ações violentas ligadas a grupos como a Ku Klux Klan e a radicais contrários ao aborto nos EUA.
Segundo informa a rede CNN, a ELF é suspeita de envolvimento em incêndios criminosos em revendedoras de veículos esportivos e em canteiros de obras em vários estados americanos. Já a ALF é acusada do mesmo crime em ataques contra laboratórios que usam animais em pesquisas e contra a indústria farmacêutica e cosmética. Os ataques não teriam deixado mortos, mas, de acordo com o funcionário do FBI, esses atentados se tornaram maiores e mais freqüentes nos últimos tempos.
O FBI identificou ainda a organização britânica Stop Huntingdon Animal Cruelty, de defesa dos animais, como uma ameaça terrorista aos EUA. O grupo tem como alvo o laboratório britânico Huntingdon Life Sciences, que tem instalações no estado americano de Nova Jersey.
O presidente do Comitê de Meio Ambiente do Senado dos EUA, o senador James Inhofe, estima em mais de US$ 100 milhões os prejuízos causados por ecologistas radicais na última década nos EUA.
- Assim como a Al-Qaeda ou qualquer outro movimento terrorista, a ELF e a ALF não podem atingir seus objetivos sem dinheiro, seguidores e a mídia - disse o senador.