A próxima base do exército norte-americano não estará no Iraque ou no Afeganistão, mas sim em um lugar muito diferente e menos perigoso: o mundo virtual do Second Life. Com o intuito de atrair jovens recrutas, o exército dos EUA está recorrendo à internet, onde criou diversas iniciativas, como a possibilidade de conversar via webcam com soldados reais que servem no Iraque.
No Second Life o exército criará duas ilhas. A primeira terá informações sobre a vida militar, enquanto a segunda oferecerá atividades como rapel, salto de pára-quedas e outras experiências virtuais.
- Há cerca de quatro milhões de jovens que interagem no Second Life, e essa é a faixa etária que queremos incentivar para o alistamento - disse o general William S. Wallace, durante a apresentação da iniciativa, nesta semana.
Simultaneamente, o Exército introduziu novidades em sua página goarmy.com. Uma delas é a possibilidade de conversar com os soldados no Iraque. Os interessados podem enviar suas perguntas sobre a vida dos militares e eles res-ponderão com vídeos curtos que serão publicados na web.
Apesar do goarmy.com já ter um chat em que os internautas podiam conversar com soldados na ativa, é a primeira vez que militares baseados no Iraque são incluídos no programa, e que a guerra do Oriente Médio aparece com tanto destaque na página.
“É duro ficar 15 meses longe da família e aqui faz muito calor, mas também é divertido, bem pago e uma experiência de aprendizagem”, afirma em um dos vídeos o cabo Olsen à pergunta de como é servir no país árabe.
O coronel David Lee, vice-presidente de comunicações estratégicas e marketing do Exército dos EUA, disse à EFE que o objetivo é chegar aos jovens norte-americanos usando o formato que eles preferirem.
- A juventude americana se informa através de vídeos. O YouTube é um e-xemplo perfeito disso - assinala.
O novo desenho da página, que também inclui testemunhos de soldados em todo o mundo e um sargento virtual que responde às perguntas mais freqüentes, já está dando resultados.
- O número de visitantes subiu, assim como o tempo que cada internauta passa no site - disse o coronel Lee, sem informar os números.
O objetivo dessas iniciativas é aumentar o interesse dos jovens pela vida militar, apesar da impopularidade da guerra no Iraque. Especialistas, no entanto, afirmam que o número de recrutas está aumentando, e não pelas iniciativas da marketing do exército.
O Pentágono confirmou nesta semana que 2008 está sendo o ano com maior recrutamento desde 2004, pois muitos jovens estão optando entrar no exército diante das perspectivas ruins no mercado de trabalho.
Enquanto o número de pessoas recebendo seguro-desemprego bateu um recorde de 26 anos nos EUA, as Forças Armadas oferecem segurança, a possibilidade de aprender uma profissão e soldo a partir de $ 1.200 mensais.
