A programação do sistema de navegação, que indica o melhor trajeto a ser percorrido, foi a tarefa que mais distraiu os participantes, apontou uma pesquisa sobre as novas funções multimídia em veículos, divulgada pela American Automobile Association (AAA) e pela Universidade de Utah.
Os carros de hoje contam com mais funções multimídia como navegador, wi-fi, bluetooth, leitor de mensagens de texto, agenda telefônica. Porém, os novos sistemas de entretenimento dos carros tiram a atenção dos motoristas por tempo potencialmente perigoso, concluiu o estudo. O AAA adverte que essas tecnologias deveriam ser usadas em casos de urgência ou emergência relativa a assuntos ligados à direção e não porque estão disponíveis têm que ser usadas.
A 40 km/h, um carro pode percorrer a distância de 4 campos de futebol durante o tempo que o motorista leva para inserir um novo destino no navegador, sem dar atenção ao trânsito.
O estudo observou ainda que os sistemas de 12 dos 30 carros avaliados permitiam programar a navegação com o veículo em movimento.
Para a fundação, os carros de 2017 estão muito mais complexos em termos de tecnologia do que os de 5 anos atrás. "Os motoristas querem tecnologia segura e fácil de usar, mas muitos recursos acrescentados aos sistemas atuais são complicados emais e, algumas vezes, frustrantes", diz Marshall Doney, presdidente da AAA. Essa frustração também pode levar à distração.
"Alguns sistemas incluem funções que não ligadas à tarefa de dirigir, como envio de mensagens, checagem de redes sociais e navegação na internet. Isso não devia estar sendo feito ao volante. As montadoras precisam visar a redução das distrações, criando sistemas que não exijam mais da visão e da mente quanto ouvir o rádio ou um audiobook”, ressaltou Doney.
O AAA estuda este assunto desde 2013, com o objetivo de ajudar as fabricantes de carros a melhorar a funcionalidade dos sistemas e reduzir a atenção exigida dos motoristas para o uso.
A avaliação incluiu 30 modelos de carros ano 2017 vendidos nos EUA, juntamente com 120 participantes de 21 a 36 anos monitorados usando as centrais multimídia desses veículos. Os motoristas foram orientados a usar comandos de voz, telas sensíveis ao toque e outras tecnologias para fazer chamadas, mandar mensagens de texto, sintonizar o rádio e programar um destino enquanto dirigiam.
A conclusão foi que todos os condutores ficaram visualmente e mentalmente distraídos por mais de 40 segundos, completando tarefas. Tirar os olhos da via por apenas 2 segundos dobra o risco de colisão, diz um estudo anterior da fundação.
O estudo avaliou que as centrais multimídia de 12 exigem alto grau de atenção do motorista, tirando o foco principal, que é o trânsito. Nesta categoria aparecem Honda Civic Touring e o Tesla Model S. Em nenhum dos modelos, o esforço exigido foi considerado mínimo.