Com a tradicional disputa entre situação e oposição, acontecerá nesta quinta-feira, no Parque São Jorge, a eleição presidencial do Corinthians. Cerca de 380 conselheiros dirão se o presidente Alberto Dualib, no cargo desde 1993, terá mais três anos de mandato. O opositor é o ex-presidente Waldemar Pires, que ficou marcado por permitir o movimento libertário Democracia Corintiana no início da década de 80.
O início da disputa está marcado para as 20 horas, mas não tem hora para acabar. De acordo com pessoas ligadas à oposição, Dualib cultivou os conselheiros do clube. Organizou churrascos e encontros durante todo o seu mandato. Cálculos otimistas apontam que Waldemar Pires pode conseguir 20% dos votos. Está claro que concorre apenas para tentar ganhar mais prestígio político no clube. Sabe que não tem chance de ganhar.
Ao contrário do que era esperado, a MSI não vai interferir em nada. Embora seja inimigo político de Alberto Dualib, o irianiano Kia Joorabchian foi prudente e não atendeu aos conselhos de amigos, que recomendavam dar apoio financeiro para a pessoa com quem se dá melhor no Parque São Jorge: o vice-presidente de futebol Andres Sanchez.
Por mais de um ano, Andres Sanchez sondou a possibilidade de sair candidato a presidente. Alberto Dualib sabia que o seu vice de futebol estava disposto a enfrentá-lo. E tratou, mais do que depressa, de isolá-lo politicamente.
Com 86 anos e há mais de 30 envolvido na política corintiana, sendo 13 anos no poder absoluto, não foi difícil para Dualib abortar a candidatura Andres Sanchez no nascimento.
A briga da noite desta quinta-feira, com a perspectiva até de terminar na Justiça, está na desvinculação dos vices nas chapas a presidente - o presidente do Conselho Deliberativo, José de Castro Biggi, irá decidir sobre isso. Os vices de Dualib são Nesi Curi, Clodomiro Orsi e Wilson Bento. Os de Waldemar são Antônio Roque Citadini e Miguel Marques e Silva - Andres Sanchez pode ser o terceiro.
Mas, a não ser que nada aconteça de extraordinário, Alberto Dualib já pode se preparar para mais três anos de poder no Corinthians.
