O procurador da República em Guarulhos, Matheus Baraldi Magnani, afirmou que o Ministério Público Federal pediu a prisão provisória por cinco dias da empresária e proprietária da Daslu, Eliane Tranchesi, de seu irmão, Fabio Tranchesi, e do empresário de importação Celso Lima. Segundo o procurador, um mandado de prisão ainda está para ser cumprido. "Temos três pessoas presas, mas ainda falta um empresário de Santos", disse, sem querem revelar o nome. A Polícia Federal informou que a decisão de manter o funcionamento da loja cabe à própria Daslu.
De acordo com o procurador, o esquema de sonegação fiscal da Daslu foi montado a partir da criação de uma empresa brasileira que seria responsável pela fabricação das notas falsas dos produtos comprados pela loja de luxo. "A empresa brasileira era formal, mas não tinha endereço. Ela registrava prejuízo todos os meses e revertia quase tudo que importava para a Daslu, o que é um dado típico da contabilidade de uma empresa laranja", disse.
Magnani disse que ainda não é possível estimar o prejuízo que o esquema trouxe aos cofres públicos, mas que isto funcionava há pelo menos dois anos. "Isso ainda depende da análise da documentação apreendida, mas com certeza o desvio é na casa dos milhões de dólares", afirmou.
Segundo o procurador, a prisão dos acusados é inafiançável, mas pode ser revertida por meio de liminar. A prisão é cautelar e em princípio tem prazo de cinco dias prorrogáveis. "A prorrogação vai depender do que apurarmos nas investigações", disse.
Magnani negou envolvimento da loja com falsificação de produtos ou contrabando e afirmou que as investigações comprovaram crimes contra a ordem tributária, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
