A incerteza sobre o futuro político do Haiti somada aos desastres ambientais recentes, têm levado seus cidadãos a imigrarem para países como Brasil, Estados Unidos e República Dominicana.
Os Estados Unidos chegaram a facilitar a imigração haitiana devido à catástrofe natural em 2010, mas desde setembro deste ano alteraram essa política.
O que vem acontecendo muito atualmente é que muitos haitianos que imigraram para o Brasil após o terremoto de 2010 têm tentado entrar nos Estados Unidos pela fronteira, e acabam em abrigos no México ou morrem durante a travessia.
Desde o ano passado, muitos começaram a se mudar para do Brasil para os EUA e para o Chile em busca de trabalhos melhores, segundo o padre Paulo Parisi, um dos coordenadores da Missão Paz, entidade da Igreja Católica que oferece abrigo e intermedia propostas de empregos para imigrantes em São Paulo.
Parte da explicação para o crescimento da imigração ilegal dos haitianos saindo do Brasil e entrando pela fronteira com o México, seria a crise econômica e o desemprego.
Segundo Parisi, representantes do consulado americano estão divulgando mensagens destinadas a tentar convencer haitianos a não deixar o Brasil em direção aos Estados Unidos.
Um cartaz no quadro de avisos da Missão Paz - muito frequentada por haitianos no centro de São Paulo - alerta sobre os perigos da viagem clandestina aos EUA e diz que imigrantes sem documentação serão presos na fronteira.
O Haiti está passando por um período de tensão elevada devido a catástrofes naturais, violência e crise política.
O país acompanha a conclusão de um turbulento processo eleitoral que se arrasta por mais de um ano e está apreensivo diante da possível retirada das tropas da ONU em abril do ano que vem.
A votação ocorreu no último dia 20 de novembro, e nesta semana resultados preliminares apontaram a eleição de Jovenel Moise, com 55% dos votos. Mas partidários de outros candidatos saíram às ruas para protestar contra suposta fraude eleitoral e tentam reverter o resultado na Justiça.
Enquanto o futuro político do Haiti permanece cheio de incertezas, a maior parte do sul do país ainda está em estado de emergência devido à passagem do furacão Matthew em outubro.
Segundo a agência da ONU que coordena o fornecimento de ajuda humanitária, 1,4 milhão de pessoas precisam de algum tipo de assistência e mais de 800 mil dependem de fornecimento emergencial de comida.
BBC Brasil