Após despedida de nove dias que mobilizou Cuba, Fidel foi enterrado neste domingo, 4, em cerimônia privada no cemitério Santa Ifigênia, em Santiago, no leste do país, segundo a mídia estatal.
Os restos cremados de Castro foram colocados a alguns passos do mausoléu do herói da independência José Marti, outra figura importante da história de Cuba que Castro sempre admirou.
Fidel Castro morreu em 25 de novembro, aos 90 anos. Ele estava fora do poder há uma década, mas nunca longe do centro da vida pública, escrevendo uma coluna periódica sobre assuntos locais e mundiais e recebendo dignitários estrangeiros em sua casa nos arredores de Havana.
O ex-ditador deu a Cuba uma grande influência nos assuntos mundiais, mas deixou um legado misto. Foi agraciado por Nelson Mandela por ajudar a acabar com o apartheid em uma época em que o Ocidente apoiava o sistema racista, mas também ajudou a levar o mundo à beira da guerra nuclear durante a crise dos mísseis cubanos.
Forçado a renunciar devido a um a doença no intestino, Castro cedeu o poder a seu irmão mais novo, atual presidente Raul Castro, primeiro de maneira provisória em 2006 e depois definitivamente em 2008. Cuba não revelou a causa de sua morte.
Mantendo seus desejos, a imagem de Castro não será imortalizada com estátuas e nem locais públicos serão nomeados em sua homenagem, disse seu irmão no sábado.
O ato no cemitério deveria ser transmitido ao vivo pela televisão, mas horas antes a mídia oficial anunciou que seria "solene e privado."
A televisão cubana cortou a cobertura ao vivo no momento em que as cinzas foram enterradas. Em Havana, canhões militares lançaram uma saudação de 21 tiros que trovejou pela capital.
O ato teve a presença de vários convidados internacionais, entre os quais os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e o mandatário venezuelano, Nicolás Maduro.
Fonte: Reuters.