O luto, a dor e a imagem do avião destruído em Medelín, na Colômbia, nunca mais sairão da memória da população de Chapecó. Mas, em meio a tanta tristeza e saudade, uma certeza está consolidada: é preciso reconstruir a Chapecoense. No último dia 5, a Conmebol declarou a equipe Campeã Sul-Americana, depois que o Atlético Nacional já havia aberto mão do título momentos após a tragédia.
O título também vai ajudar na reformulação da Chapecoense. Pela Sul-Americana, pela disputa da Recopa e pela participação na Libertadores, o clube receberá, aproximadamente, R$ 16,6 milhões. A CBF também anunciou a doação de R$ 5 milhões à equipe, além de estar organizando um amistoso entre Brasil e Colômbia com a renda revertida inteiramente à Chape.
Desde o acidente, muitos jogadores sem contrato se dispuseram a jogar de graça no clube. Além disso, equipes do Brasil e do exterior também ofereceram ajuda, com empréstimos gratuitos de atletas. A hora é de pensar em retomar a trajetória. A Chape tem apenas 43 anos de história e vivia o seu melhor momento, chegando à final da Sul-Americana.
Para comandar a equipe, após a morte de Caio Júnior, o técnico Levir Culpi disse esta semana que quer dirigir a equipe no Catarinense em 2017 sem receber salários. “Ontem pela manhã (dia 6) acordei decidido a oferecer meu trabalho de forma voluntária à Chapecoense até o final do Campeonato Estadual, em maio” escreveu Levir, de 63 anos, em uma rede social. Clube e treinador estão conversando.
Investigações continuam
Os procuradores do Ministério Público da Bolívia, no dia 6, realizaram uma operação de busca e apreensão na sede da LaMia, em Santa Cruz de la Sierra, e prenderam o diretor-geral da companhia, Gustavo Vargas Gamboa, confiscando documentos e computadores dentro da investigação sobre o acidente - que causou a morte de 71 das 77 pessoas que estavam a bordo.