Quem não sonha em largar tudo, parar de dirigir horas por dia para ir e voltar do trabalho, realizar aquele sonho de conhecer lugares diferentes? Muita gente. Mas são poucos que realizam.
O casal de arquitetos, Leonardo Pinheiro e Daniele Pinha, ambos com 30 anos, resolveu que já tinha passado da hora de realizar um sonho e mudar de estilo de vida. Eles traçaram um roteiro inicial, entraram num Troller 2008, e saíram pelas Américas, sem nenhum patrocínio e com economias que fizeram por dois anos.
A intenção inicial era passar por 20 países em 15 meses. Mas, conforme foram viajando, o roteiro foi mudando. No momento, já estão há 16 meses na estrada, e agora, dos Estados Unidos, pensam em continuar viagem pela Europa. Ou seja, em vez de 20 países em 15 meses, no momento já foram 11 países em 16 meses: sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, EUA, Canadá e México. Eles decidiram que o melhor a fazer é traçar o roteiro conforme viajam.
Leonardo contou ao Gazeta que talvez deixar o trabalho tenha sido a decisão mais fácil. Já a preparação contou com sacrifícios, como abdicar de viagens e trilhas nos finais de semana, restaurantes e outras coisas, para juntar cada centavo. “Os nossos esforços estavam concentrados em alcançarmos o nosso objetivo”, conta Leonardo. O casal ainda tenta arrumar algum tipo de patrocínio através do site, onde documentam toda a viagem (www.infinitahighway.com.br), mas diz que não é tarefa fácil. Eles gastam em média R$100 por dia, contando com tudo, embora isso oscile muito, dependendo do país.
Erros e acertos
Depois de 16 meses viajando, Leonardo conta que conseguem avaliar alguns erros e acertos. Apesar de gostarem muito do carro que
escolheram, o Troller 2008, muito bom para estradas de terra e trilhas, as raras vezes que tiveram problemas mecânicos não foi muito fácil encontrar peças e mão de obra.
O carro saiu equipado com tudo que o casal achou que seria útil, mas Leonardo diz que, muitas vezes, o que faz falta são as coisas que geralmente damos pouca importância. Por exemplo, eles levaram galões extras de combustível, que foram muito úteis, mas esqueceram do funil para despejar o diesel extra dos galões no tanque. “Quando precisamos usar no meio do deserto boliviano, acabamos desperdiçando porque não tínhamos o funil”.
“Nós saímos preocupados com equipamentos, mas hoje diria que se alguém quisesse fazer uma viagem pelas Américas em um fusca, ela faria, claro que num ritmo diferente, tendo que escolher muitas vezes o caminho pelas melhores estradas, mas se ela quisesse, ela faria. Sabemos de gente que fez algo parecido a pé, o que levou sete anos, de bicicleta, de moto e com carros antigos, o que só serve para confirmar que o mais importante em fazer uma viagem do tipo é você querer! O planejamento é importante, você ter um pré-roteiro é importante, mas tudo muda ao longo do tempo, e tudo tem que ser adaptado. Ou seja, não existem certezas em uma viagem desta proporção”.
Através do site e de um blog no próprio site, o casal conta sobre cada etapa da viagem, com detalhes e fotos inspiradoras. Vale a pena dar uma olhada, e quem sabe se inspirar para ser o próximo a encarar uma aventura dessas.
