Pelo menos uma das iniciativas apresentadas pelo presidente Barack Obama em novembro do ano passado deve ser colocada em ação em breve: um programa de incentivo para que milhares de residentes deem entrada na cidadania americana.
A Casa Branca apresentou, no dia 17, uma linha de ação para melhorar a integração de imigrantes e refugiados nos Estados Unidos. A assessora de Política Nacional do presidente Barack Obama, Cecilia Muñoz, apresentou o novo Plano Estratégico Federal de Integração de Imigrantes e Refugiados. Esse iniciativa tem como alvo incentivar que 8,8 milhões de residentes permanentes no país tirem a cidadania.
"O presidente nos deu um prazo porque está ansioso para ver o que podemos conseguir", disse Muñoz a um fórum de especialistas em imigração em Washington, em referência ao plano, cuja aplicação será avaliada no final de 2015. “Nossa estratégia tem a intenção de ajudar a construir comunidades acolhedoras, reforçar os caminhos existentes de naturalização, dar apoio a engajamento cívico e expandir oportunidades linguísticas”.
Barreiras à cidadania
De acordo com o estudo, 8.8 milhões de residentes são elegíveis à cidadania. O motivo pelo qual muitas pessoas deixam de entrar com o pedido de cidadania é a não compreensão do processo, não poder arcar com o valor da aplicação, falta de tempo para preparar a papelada e estudar para os testes e o medo de não passar pelos requisitos básicos de inglês.
Entre várias iniciativas, o USCIS começou a aceitar, no dia 1º de abril, aplicações para p Citizenship and Integration Grant Program, uma oportunidade de financiamento para organizações públicas ou sem fins lucrativos que preparam residentes para o processo de naturalização. A Imigração destinará $10 milhões de dólares a esses programas. O prazo de inscrições das organizações vai até 15 de maio.
O quinto item das Ordens Executivas anunciadas por Obama em novembro é: promover o processo de naturalização. Além de promover a educação e conscientização da cidadania através do financiamento de instituições dedicadas a isso, o próprio site do USCIS especifica que um dos itens é permitir o uso de cartões de crédito para pagar a taxa do pedido de cidadania. O site da imigração também menciona que no próximo estudo bienal será estudado o potencial para um desconto nos pedidos, mas nada mais foi especificado desde a publicação das Ordens Executivas em novembro.
Plano
O plano, que conta com a parceria de várias instituições do governo, está centrado em aspectos como o fortalecimento das vias para a naturalização e a participação dos cidadãos, a promoção do desenvolvimento de habilidades e negócios, e a integração linguística. O senso de urgência marcou a conversa na sede do MPI (Migration Policy Institute), uma organização integrada por alguns diretores do extinto Serviço Nacional de Imigração.
Felicia Escobar, assistente especial do presidente Obama sobre Políticas de Imigração, é a principal articuladora deste novo plano.
Bloqueio das Ordens Executivas
De fato, a intenção declarada da Casa Branca é mudar a linguagem da política de imigração e promover ao máximo o conceito de integração. A conferência coincidiu com a audiência em um tribunal de apelações de Nova Orleans em que advogados do Departamento de Justiça apresentaram seus argumentos para desbloquear as medidas executivas decretadas em novembro por Obama, e paralisadas pelo juiz texano Andrew Hanen em fevereiro. Um dos principais objetivos dessas medidas executivas é oferecer uma alternativa legal a quase cinco milhões de imigrantes em situação irregular, e este plano de integração está centrado em seus aspectos aplicáveis enquanto a ação corre na justiça.
Parcerias
A iniciativa é feita em parceria com 16 departamentos federais, entre eles o US Department of Homeland Security (DHS), Department of Commerce, Department of Education, Department of Health and Human Services, Department of Justice e Department of Labor.
O DHS irá lançar uma campanha em várias línguas para conscientizar as pessoas sobre as responsabilidades de tornarem-se cidadãos americanos. O departamento também vai procurar notificar residentes permanentes sobre o potencial que podem ter para a naturalização.
