Cinco cabeças humanas foram encontradas em estado de decomposição no dia 25 em uma escola na cidade turística de Acapulco, no sudoeste do México, país que é palco de violentas disputas entre narcotraficantes e policiais. As cabeças estavam dentro de um saco - segundo fontes, acompanhadas de mensagens escritas à mão, ameaçando o governador do Estado de Guerrero e chefes de cartéis de drogas da região.
Cinco corpos de homens decapitados já haviam sido encontrados em outra parte da cidade, dentro e ao lado de um veículo incendiado. Ainda não está claro se os crimes estão ligados a ameaças de extorsão feitas aos professores de Acapulco.
Cerca de cem escolas estão fechadas desde o mês passado na cidade por conta de uma greve de professores que exigem melhores condições de segurança. A greve começou depois que bilhetes foram deixados nas portas das escolas ameaçando os professores caso eles não entregassem a metade de seus salários a cartéis locais até 1º de outubro.
O governador de Guerrero, Angel Aguirre, prometeu mais policiamento e a instalação de câmeras de segurança e alarmes nas escolas, mas os docentes consideram as medidas insuficientes. Um dos grevistas disse que, ainda que agradecesse as promessas governamentais, não acreditava que a situação de segurança nas escolas melhorará da noite para o dia.
Guerra do tráfico
Acapulco, na costa mexicana do oceano Pacífico, tem vivenciado diversos episódios de violência, enquanto cartéis disputam o controle do tráfico na cidade. À medida que as forças de segurança governamentais aumentam a ofensiva contra os traficantes, estes recorrem cada vez mais à extorsão como meio de manter o fluxo de recursos.
Desde 2006, quando o governo do México iniciou uma ofensiva contra cartéis, ao menos 41 mil pessoas morreram em episódios de violência relacionados ao narcotráfico, segundo cálculos divulgados pela agência France Presse.