Um novo movimento migratório de brasileiros para os EUA tem crescido nos últimos anos e mudado também o ritmo da transação econômica, que agora sai do Brasil e vai para os Estados Unidos.
Com um perfil mais elitizado, empresários brasileiros sustentam a vida americana com os negócios no Brasil, o que contribuiu para triplicar a quantidade de dinheiro enviada do país para os Estados Unidos só no primeiro semestre deste ano.
O volume de recursos enviados por pessoas físicas do Brasil para pessoas físicas nos EUA cresceu 227% no primeiro semestre, para $ 408 milhões de dólares, segundo o Banco Central.
As transferências pessoais seguem regras comuns de operações no mercado de câmbio. A entrega do dinheiro é feita no Brasil, em reais, e recebida lá fora em moeda estrangeira.
Segundo uma consultoria especializada em imigração e fluxo de dinheiro, parte dos brasileiros que emigram não tem fonte de renda nos EUA e precisa se manter até conseguir investir em um negócio com receita em dólar.
O recurso que entra nos EUA vem de receitas de algum negócio ou empresa mantida no Brasil, aposentadoria ou investimentos. Os juros altos do país ainda atraem. Eles investem no Brasil e usam a boa remuneração ao capital para depois remeter parte do lucro aos EUA e bancar a temporada na América", afirma Leonardo Freitas, sócio da Hayman Woodward.
O Banco Central não detecta o uso que é feito deste recurso, mas informa que não corresponde a empréstimos, financiamentos, compra ou venda de bens ou serviços. "Tradicionalmente, há um grande número de operações de baixo valor, e é provável que parte relevante dos recursos seja utilizada para consumo", diz o órgão.
O crescimento não teve os EUA como destino exclusivo. As remessas pessoais do Brasil para o exterior em geral também cresceram, embora em menor intensidade: 74%. A Bolívia foi o segundo maior destino, com 7% do total do dinheiro enviado para o exterior, ante 44% dos EUA.
Com informações da Folha de São Paulo.