Marisa Arruda Barbosa
As notícias que ecoam do Brasil para os Estados Unidos são cheias de esperanças ultimamente. O Brasil vive um “boom” econômico, e por isso, é cada vez mais frequente ver brasileiros andando por Miami na corrida das compras.
No próximo dia 20, brasileiros pretendem lotar a Lincoln Road, mas dessa vez não é para ir às compras ou aos “clubs”. O grupo pretende fazer um protesto pacífico contra a construção da Usina Belo Monte, dando coro a diversos outros protestos que ocorrerão no mesmo dia em diversas cidades do Brasil e do mundo.
O protesto é contra a polêmica construção de uma usina hidrelátrica no Rio Xingu, no Pará. O projeto começou a ser discutido em meados dos anos 70, durante a ditadura militar e desde então, sofreu diversos embargos. Há três anos foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, há cerca de três meses, começou a ser efetivamente construído, depois que O IBAMA liberou uma liminar autorizando a construção da usina, contrariando as ordens dadas pela OEA e ONU. Porém, o estado do Pará ja entrou com uma contra-liminar para revogar esta liminar. No início do ano, as obras para a instalação do canteiro de obras já foram iniciadas, e famílias começaram a ser desalojadas.
A brasileira Eliane Carotta resolveu organizar o protesto quando descobriu que vários outros ocorreriam na mesma data. “Mesmo que a construção já tenha sido liberada, estou descobrindo que o mundo está contra o Brasil na construção da Usina”, disse. “Por isso, pelo menos temos a chance de aducar mais pessoas sobre o assunto”.
O brasileiro Luiz Rodrigues, Diretor Executivo da ECOMB (Environmental Coalition of Miami and the Beaches) declarou que apoia a razão desse protesto, e pretende ajudar na divulgação de material educativo da campanha contra a construção da usina junto à imprensa local.
O programa “60 minutes” de uma emissora de TV australiana, mostrou uma reportagem especial sobre a construção de Belo Monte, que foi ao ar no dia 11 de julho. A repórter Allison Langdon viajou ao Xingu, onde ficou hospedada, e no final tentou entrevistar o presidente do Ibama, Curt Trennepohl. Na entrevista, Langdon confrontou Trennepohl. Disse que seu antecessor, Abelardo Bayma, renunciara devido à pressão pelo licenciamento da usina. De acordo com um texto da Frente de Ação Pró-Xingu, “esta construção coloca em risco a sobrevivencia de mais de 40.000,00 pessoas, alagará uma região que compreende 11 municipios”.
O movimento mundial contará com eventos, na mesma data, em São Paulo, no Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Recife, Brasília, João Pessoa, Belém do Pará, e, no exterior, diversos países expressarão solidariedade aos protestos com manifestações confirmadas em Paris, San Francisco e Miami.
O protesto de Miami terá início na esquina da Lincon Rd. and Washington Ave., onde os presentes se encontrarão por volta das 5:30pm e de lá sairão às 6pm em direção oeste até a Lennox Ave. Compareça com uma camiseta verde e sinta-se à vontade para levar seu próprio cartaz.
Para maiores informações, visite a página www.sanatura.com/belo-monte.html.
