O brasileiro Juraci da Silva, de 36 anos, foi condenado na última segunda-feira, 27, a oito anos de prisão por um juiz em Waterford, na Irlanda, pelo homicídio culposo de um homem com histórico de agressão verbal e ofensas raciais contra ele.
Preso desde 8 de outubro de 2016, data do crime, Silva ainda deve cumprir mais sete anos. Ele havia se mudado para trabalhar em uma fábrica de carnes e morava na cidade de Waterford, Irlanda, um mês antes do crime. O juiz ressaltou que, pela natureza de seu emprego, ele sabia do perigo que uma faca representava e tinha experiência em usar a ferramenta.
Silva também recebeu uma pena de cinco anos que será cumprida simultaneamente por portar a faca que foi usada para matar James Banville. Ele foi absolvido da acusação de agressão contra um amigo de Banville, Conor Hogan.
O juiz descreveu o assassinato como uma "tragédia de proporções épicas" e disse ter ouvido pronunciamentos eloquentes da família Banville sobre o impacto de sua morte para seus pais, companheira, filhos e irmãos.
Segundo informações do processo divulgados pelo jornal The Irish Times, os dois homens, Banville e Hogan, haviam agredido o brasileiro verbalmente pelo menos duas vezes. No primeiro, também proferiram ofensas raciais, enquanto na segunda vez o ofenderam com comentários sexuais “de natureza muito prejudicial”.
Silva não reagiu nas duas primeiras vezes, mas não fugiu no terceiro confronto, quando acertou Banville com uma única facada no coração.
O brasileiro já havia sido condenado por um júri no mês passado e o juiz Michael White concedeu a ele a menor pena possível em um caso de homicídio culposo (sem intenção de matar) que pode render até 14 anos de prisão. Segundo o juiz, a pena será suficiente porque, sem falar inglês, Silva terá um período “muito duro” na prisão. Além disso, ele não tem antecedentes criminais e não havia reagido com violência às agressões anteriores de Banville e Hogan.
As equipes de defesa e acusação têm 28 dias para interpor recurso contra a sentença.