O Brasil requer "esforços adicionais" nas medidas já em curso para erradicar a fome no país, alerta a FAO (a agência da Organização das Nações Unidas para a agricultura e a alimentação).
De acordo com a instituição, que está lançando nesta semana a campanha "América Latina e Caribe sem Fome 2025", caso a tendência atual seja mantida, a subnutrição afetará, em 2015, mais de 40 milhões de pessoas na América Latina.
A FAO dividiu os países da região em 4 grupos, tendo em vista o progresso realizado por essas nações na redução da fome na última década.
No primeiro grupo estão os países em condições de erradicar a fome até 2025, caso os atuais esforços e recursos sejam mantidos. Aqui estão Argentina, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador e Uruguai.
O segundo grupo refere-se a países que requerem esforços adicionais aos planos e projetos atualmente em curso, o que se aplicaria ao Brasil, México, El Salvador, Jamaica, Trinidade e Tobago, Guiana e Suriname.
O terceiro grupo engloba os países com necessidades médias de investimento e compreende Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru e Venezuela.
Já o quarto grupo é daqueles que necessitam de esforços e investimentos massivos. São eles Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, República Dominicana e Haiti.
Milhares Famintos
De acordo com a FAO, 53 milhões de pessoas passam fome atualmente na América Latina e Caribe.
As Metas do Milênio, da ONU, propõem que essa estatística seja reduzida pela metade até 2025.
O alerta da FAO está sendo feito no mesmo momento em que o IBGE divulgou uma pesquisa inédita sobre a segurança alimentar no Brasil – em que se verificou que, em 2004, 14 milhões de brasileiros viviam em domicílios com insegurança alimentar grave, isto é, em que a fome esteve presente ao menos um dia.
Para mudar tal cenário, a FAO aponta a necessidade de trabalhar em cima de três diretrizes: a melhora do acesso ao consumo de alimentos, o aumento da produção e produtividade da agricultura familiar e o impulso a políticas de segurança alimentar urbana.
"A América Latina tem a oportunidade e a obrigação de erradicar a fome. Esta região é a maior exportador de alimentos do planeta, mas ainda sofre do flagelo da fome", diz a FAO.
