Modelação
Essa fase costuma ir dos sete aos 14 anos, mais ou menos. Nesse período, começamos a ques¬tionar tudo mais intensamente. Quando vamos deixando a infância e aos entrando na adolescência, preparando-nos para a vida adulta, começamos a selecionar o que deve ser codificado em nossa mente. Nessa fase, começamos a dar menos importância ao que vimos e mais ao que presenciamos. Deixamos de ser esponjas, de absorver passivamente o que nos é dito. Aprendemos a avaliar antes de acreditar. Acontece que nos primeiros sete anos de vida, 99% dos nossos parâmetros de avaliação já estão codificados em nossas mentes. É por isso que, como diz a música de Belchior, “nós ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Sua mãe diz para você não mentir, mas você a surpreende mentindo para a vizinha. O que você pensa? — A sociedade tolera mentiras; eu também posso mentir. Seu pai o proíbe de fumar, mas ele continua fumando. O que você pensa? — Não há problema algum em fumar; eu também posso fumar. Na fase da modelação, o que vale é o exemplo. Eu costumo dizer: a palavra convence, o exemplo arrasta.Socialização
Essa fase vai dos 14 até, mais ou menos, os 21 anos. É a fase em que o adolescente passa a preferir a companhia dos colegas à dos pais. Ele começa a evitar, por exemplo, o fim de semana na praia com a família. E muitos pais ficam ressentidos com isso. Mas é uma característica dessa fase: o adolescente procura moldar sua própria personalidade. Ainda que, no fundo, repita muito do que fazem seus pais. Teoricamente, a fase da socialização se completa aos 21 anos, mas só teoricamente. Eu conheço pessoas com 50 anos de idade, cujo pai já morreu, a mãe vive a 2.000 km de distância, e ainda não saíram de casa. Ou seja, continuam emocionalmente ligados aos pais e ao ambiente em que foram criados.Conclusão
O mais importante são os sete primeiros anos de vida. É nessa fase que 95% da autoestima de uma pessoa é lingüisticamente codificada. Assim como 95% da autoestima foi codificada lingüisticamente, ela pode ser re¬codificada linguisticamente. Somos animais linguísticos, é a linguagem que nos diferencia dos outros seres e nos faz humanos. Somos humanos graças à linguagem. Então, usando a linguagem, podemos recodificar nosso cérebro.