O papa Francisco pediu que os católicos europeus abriguem alguns dos milhares de imigrantes chegando da Síria e outros países em meio à maior crise de refugiados do mundo já registrada. Em seu discurso ao Congresso, no dia 24, ele pediu aos líderes para acolherem e respeitarem imigrantes que chegarão aos EUA.
Mas quão alinhada é a opinião pública com a atitude mais benevolente do papa em relação aos imigrantes? Ela varia muito. Alemães, britânicos e americanos têm a visão mais positiva dos imigrantes, enquanto os gregos e os italianos têm a visão mais negativa, de acordo com pesquisas realizadas pelo Pew Research Center nos EUA em sete países europeus.
Os Estados Unidos são o lar da maior população de imigrantes do mundo (41 milhões), e é de longe a maior economia de qualquer uma das nações pesquisadas, mas as opiniões sobre os imigrantes são misturadas. Metade (51%) dos americanos, este ano, disse que imigrantes tornam os EUA mais fortes por causa de seu trabalho duro e talento. Enquanto isso, 41% disseram que os imigrantes são um fardo, porque eles tomam os empregos, habitação e sistema de saúde. A atitude americana em relação aos imigrantes é, hoje, mais positiva em relação a 1994, quando apenas 31% dos americanos disseram que são a favor, enquanto 63% os chamaram de um fardo para o país.
Enquanto os EUA têm mais imigrantes do que a União Europeia, a Europa tem sido desproporcionalmente afetada por uma crise de refugiados que se acelerou desde 2011, devido à guerra na Síria. Em 2014, a Europa viu o maior aumento (51%) na parcela de refugiados em relação a qualquer região do mundo.
A Alemanha é o motor econômico da Europa e o país com maior população. O país também é o lar de 6 milhões de imigrantes, mais do que qualquer país da União Europeia. Atitudes em relação aos imigrantes são ainda mais positivas do que nos EUA. Em 2014, dois terços (66%) dos alemães disseram que os imigrantes são uma força para a economia, enquanto apenas 29% disseram que os imigrantes são um fardo, porque eles tomam os empregos e benefícios sociais. No entanto, os alemães estavam entre os mais propensos a dizer que os imigrantes não estão assimilando a cultura: cerca de seis em cada dez alemães (59%) disseram que os imigrantes de hoje não assimilam a sociedade alemã. No Reino Unido, pelo contrário, as visões sobre os imigrantes estão mais uniformemente positivas. O Reino Unido é também o lar de um número significativo de imigrantes nascidos fora da UE (5,2 milhões). Cerca de metade (52%) disse que os imigrantes são uma força. Na assimilação, cerca de metade (47%) disse que os imigrantes de hoje querem ser distintos da sociedade do país. Grécia e Itália foram os primeiros a sentir as ondas de imigrantes africanos e do Oriente Médio e têm entre as visões mais negativas em relação aos imigrantes de todos os países europeus pesquisados, principalmente por causa da crise econômica que ambos os países enfrentam. Nos dois países, cerca de sete em cada dez disseram que os imigrantes são um fardo. Em relação à assimilação, as opiniões na Grécia e na Itália são diferentes, com 77% dos italianos dizendo imigrantes querem ser diferentes da sociedade italiana. Já na Grécia, 48% disseram que os imigrantes têm pouca assimilação.
