Jose Padilla, um cidadão dos Estados Unidos detido por três anos como "combatente inimigo" e suspeito de planejar o uso de uma "bomba suja" - que espalharia material radioativo ao explodir - dentro dos EUA, foi indiciado pela acusação de conspirar para "matar, seqüestrar e mutilar" pessoas no exterior. O caso de Padilla é especialmente delicado para o governo Bush, já que envolve o tratamento dado a um cidadão americano acusados de terrorismo.
Um júri de instrução em Miami decidiu indiciar Padilla e outros quatro suspeitos. As acusações formais contra Padilla, no entanto, não incluem a suposta conspiração para detonar uma "bomba suja" dentro dos EUA. Padilla, um convertido ao Islã, vinha sendo mantido preso sob custódia militar há mais de três anos. O governo Bush vinha resistindo a processá-lo e julgá-lo no sistema judiciário civil.
O indiciamento evita um pronunciamento da Suprema Corte sobre o direito do governo de submeter americanos a esse tipo de tratamento - detenção prolongada, sem abertura de processo. "Eles estão evitando o que a Suprema Corte iria dizer... É uma questão que o governo não quer encarar", disse o professor de Direito Scott Silliman, da Universidade Duke.
